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PARTO HUMANIZADO: o que, de fato, é isso?

PARTO HUMANIZADO: o que, de fato, é isso?

Em épocas onde muitos termos acabam sendo confundidos e mal empregados (ou justamente usados com intenção de manipular sua real comunicação), acaba sendo desafiador entender de fato o que querem expressas, como o tal do “parto humanizado”. O momento do parto é único e sagrado, é onde uma mulher apresenta ao mundo um serzinho que ela gerou, desenvolveu e carregou durante meses em seu ventre. Justamente por ser um momento tão especial, de conexão singular na história daquela família, a escolha da maneira que este parto será realizado torna-se tão importante quanto. E isso dá-se a partir do positivo! Considerando isso, a ideia de Parto Humanizado se popularizou muito nos últimos anos. 

Ao contrário do que possa parecer, não é sobre a técnica utilizada no procedimento,  e sim está relacionado à assistência prestada à mulher e ao bebê durante o pré-natal, parto e pós-parto. O parto humanizado torna o nascimento um momento familiar e emocional, ao invés de apenas um evento clínico. Resgata a autonomia da mulher decidir a melhor maneira de dar a luz ao seu filho, assegurando a saúde da mãe e o bebê, trazendo aos dois os benefícios de uma gestação mais natural e menos interventiva. E isso é feito com base em apresentar prós e contras de todas as possibilidades, e assim, permitindo que a mulher possa fazer uma escolha de maneira consciente.

Entre as diferentes formas de ter um bebê, a vida de nascimento pode ser parto normal vaginal (sendo natural ou com intervenções), ou cesárea. Em todas essas vias é possível tornar o processo e procedimentos mais respeitosos e, então, humanizados. 

Parto normal vaginal: Mínima/nenhuma intervenção médica.

Conhecido como parto normal, é quando o bebê nasce através da vagina, de forma não cirúrgica. Possibilita uma recuperação mais rápida da mãe, já que ela não passou por intervenção cirúrgica, além de muitos outros benefícios para o bebê (como liberação de hormônios para a amamentação, entre outros).

Além de um acompanhante para apoio emocional, a gestante deve contar com uma equipe médica preparada que compactua com as escolhas dessa mulher, capaz de respeitar decisões dela que eventualmente fujam da proposta inicial. 

O uso de técnicas naturais e não medicamentosas para o alívio da dor, como massagens, água quente, exercícios que estimulem a liberação de ocitocina são muito bem-vindos. 

Cesárea: procedimento cirúrgico com reais indicações 

A cesárea é uma cirurgia, portanto não se trata de parto e sim via de nascimento. Mas, ainda assim, é possível que ela seja mais natural e menos invasiva. O primeiro passo, é que ela seja indicada apenas em casos necessários, quando há risco de vida para mãe e/ou bebê.

Transformar a sala cirúrgica em um ambiente menos clínico e mais aconchegante também faz parte deste processo (música ambiente e luz baixa relaxante, além de incentivar o acompanhamento familiar, forma uma rede de apoio emocional mais sólida e o clima acolhedor)

Se possível, permitir o primeiro contato entre a mãe e o recém-nascido, pele a pele, e clampeamento tardio do cordão umbilical, é fundamental para o respeito à fisiologia desse nascimento, vindo de encontro às práticas humanizadas. 

Vantagens:

Empoderamento da mulher: No parto humanizado, a decisão da parturiente sobre o seu processo é essencial. Isso aumenta a autoconfiança e o controle da mulher sobre seu próprio corpo e a melhor forma de ter o bebê. 

Maior vínculo mãe-bebê: Permitir que a mulher tenha um papel ativo no parto facilita o estabelecimento do vínculo emocional materno, é importante que o bebê seja entregue à mãe para que tenham o primeiro contato assim que a criança nascer, e que ela seja amamentada o quanto antes, tendo o primeiro contato com o leite materno.

O oposto de violência obstétrica: É considerada violência obstétrica qualquer desrespeito à vontade da mãe durante a gestação, parto e pós-parto, até violações e agressões mais sérias. Muitos procedimentos tidos como de rotina, na verdade são desnecessários e invasivos, configurando sim violência obstétrica. O parto humanizado evita esse tipo de conduta, fortalecendo a segurança e confiança da mulher durante o parto. 

É o método mais seguro: De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), esperar o trabalho de parto começar e a criança vir ao mundo de forma natural, de acordo com o desejo da mãe e com as recomendações obstétricas, é considerado o método mais seguro de dar à luz. 

Desafios:

Escassez de profissionais especializados: Encontrar profissionais de saúde capacitados e dispostos a apoiar um parto humanizado pode ser desafiador em algumas regiões, o que pode cercear a liberdade de escolhas de muitas mães. 

Custos adicionais: Em alguns casos, o parto humanizado pode ter mais despesas, especialmente se envolver a contratação de profissionais que apoiem essas condutas ou o uso de instalações apropriadas (hospitais, casas de parto, e até mesmo domiciliar) para esses nascimentos.

Informação é a base para que uma família, em especial a mulher, possa fazer a melhor escolha para sua realidade e necessidade. Somente acessando informações de qualidade, atuais, com base em estudos e evidências científicas é que será possível tomar decisões, como via de nascimento, equipe, local, entre outras escolhas tão importantes sobre a chegada de mais um ser.

Oi, sou a Cami! Documento, registro e fotografo histórias e ciclos de vida. Uma mãe renasce ao se descobrir morada. E é a partir dali que iniciamos juntas uma jornada de conexão. Nos últimos anos me especializei em fotografia e vídeo de partos humanizados com as principais referências no Brasil. Além disso, formei-me em doula e estou constantemente aprimorando meus conhecimentos e técnicas para estar presente no local tão único e singular do parto.

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